quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Discurso de Direita - Privatizações, 20 anos



O processo de privatização brasileiro está completando 20 anos. Foi em 24 de outubro de 1991, com a venda da Usiminas, que o Estado começou a sair de setores relevantes da economia. O processo rendeu ganhos visíveis à sociedade, aos quais o PT, felizmente, começa agora a se curvar, depois de anos de resistência.
Naquele início dos anos 1990, o Estado estava metido em praticamente todas as atividades da vida do brasileiro. Eram siderúrgicas, como a Açominas e a CSN; mineradoras, como a Vale; dezenas de bancos; petroquímicas; ferrovias da antiga RFFSA; companhias telefônicas reunidas no Sistema Telebrás; fabricantes de aviões, como a Embraer; e até hotéis, como o de Araxá (MG).
Desde então, 120 companhias públicas federais e estaduais - a maior parte delas então deficitárias - foram levadas a leilão, reduzindo o peso sobre as contas públicas e abrindo caminho para a modernização da economia brasileira como um todo. Com as privatizações, fechou-se um sorvedouro de dinheiro do contribuinte.
Todo o processo, articulado em torno do Programa Nacional de Desestatização, lançado no governo Collor, rendeu US$ 106 bilhões aos cofres públicos, dos quais US$ 88 bilhões com receita de venda e US$ 18 bilhões em transferência de dívidas, como mostrou O Globo no domingo, com base em números do BNDES.
Atualmente, os 20 maiores grupos nascidos do processo de privatização já respondem por um quarto do faturamento das companhias de capital aberto do país. Sua receita somou R$ 300 bilhões no ano passado e seu valor de mercado ultrapassa R$ 513 bilhões. A maior delas é a Vale, privatizada em maio de 1997.
A mineradora é o emblema mais visível do sucesso do modelo de desestatização. Entre 1943, quando a CVRD foi criada, e 1997, quando foi privatizada, o lucro líquido médio anual foi de US$ 192 milhões. Depois da privatização, a média subiu para US$ 5,5 bilhões, ao mesmo tempo em que a média de tributos recolhidos pela Vale multiplicou-se por quase 60 vezes, para US$ 1,8 bilhão ao ano.
A tudo isso, o PT opôs-se com ferocidade. Todos os leilões foram contestados pelo partido na Justiça e tumultuados com protestos nas ruas. Sempre com base no discurso de que o governo estava "entregando" o patrimônio dos brasileiros a empresas privadas. Na realidade, o que estava em jogo era a defesa de privilégios e de centenas de empregos distribuídos com base em interesses político-partidários.
Como o PT se utilizasse do discurso antiprivatização como arma político-eleitoral, a gestão Lula realizou poucas alienações, limitadas a alguns bancos (Maranhão e Ceará), 2,6 mil km de rodovias, um trecho da ferrovia Norte-Sul e alguns empreendimentos em energia.
Agora, o pragmatismo está falando mais alto e a necessidade de modernizar a decrépita infraestrutura nacional está forçando o governo petista a abrir-se aos investimentos privados. No caso dos aeroportos, deverão ser investidos R$ 19,7 bilhões nos três terminais que irão a leilão em dezembro, antecipa hoje O Globo.
Além dos investimentos em modernização, o pagamento pela outorga pela exploração de Guarulhos, Viracopos e Brasília deve render um mínimo de R$ 2,9 bilhões, podendo ultrapassar, porém, a casa dos R$ 4 bilhões. O ponto negativo é que as concessionárias terão que conviver com o peso morto da Infraero, que manterá pelo menos 45% do capital das novas empresas.
Ao bom desempenho que o modelo privado exibe em termos de modernização da infraestrutura do país contrasta a paralisia dos investimentos tocados pelo poder público. O Estado de S.Paulo mostra hoje que o que já era ruim na gestão Lula ficou ainda pior no governo Dilma Rousseff.
O ritmo de investimentos caiu 10% nos nove primeiros meses do mandato da presidente, em comparação com igual período de 2010. São R$ 2,7 bilhões a menos aplicados em construções e compra de equipamentos. Obras de saneamento, urbanização de favelas e mobilidade estão praticamente paradas. Quando se consideram os restos a pagar quitados neste ano, a queda geral chega a 34%.
Abrir espaço para o investimento privado é a melhor solução para que o país amplie a sua capacidade de crescimento e permita a melhoria da qualidade de vida de sua população. O modelo estatizante que o PT tanto defendeu serve bem mesmo é para acomodar apaniguados na máquina pública, algo que o partido, mesmo tendo se dobrado às privatizações, continua a praticar.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Publicado em 11/10/2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Discurso de Direita - Valores Conservadores Defendidos Pelo DEM Tem Apoio Popular


Um levantamento encomendado pelo Democratas ao instituto GPP e apresentado à Executiva do partido na última quinta-feira, 29, revelou que grande parte do eleitorado brasileiro possui valores com viés conservador. Parte expressiva dos brasileiros pensa de maneira muito diferente dos seus atuais governantes, do PT. Em alguns casos, possui interesses e posições muito mais próximas daquelas defendidas pelos integrantes do partido presidido pelo senador José Agripino.
Citando alguns pontos da pesquisa, o maior medo dos brasileiros em relação ao futuro do Brasil tem a ver com criminalidade/falta de segurança (39%). Em segundo lugar vem o desemprego (9,6%), seguido por problemas econômicos como inflação e endividamento (8,5%), depois vêm a corrupção e a desonestidade (5,2%) e, finalmente, a miséria/pobreza (4,8%).
O Democratas é o partido brasileiro com posição mais veemente em relação à violência e prega mais rigor nas leis contra os criminosos. Um exemplo são as propostas do líder no Senado, Demóstenes Torres, de reformas no código penal. De acordo com a sondagem, o brasileiro é massivamente contra a liberação do uso da maconha (81,%) e contra a legalização do aborto (77%). Também tende a se opor à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo: 51,2% contra 41,6% dos que são a favor. O eleitor também quer que os jovens entre 16 e 18 anos que cometam crimes sejam julgados como adultos (90%), e concorda com aulas de religião nas escolas públicas (79,7%).
Um dado interessante da pesquisa mostra que o brasileiro é a favor de cotas para a entrada nas universidades, porém defende as cotas sociais, independentemente da cor da pele (50,3%). Essa é mais uma proposta defendida pelo DEM que teve apoio da população, o que foi constatado na pesquisa.
E qual é o principal impedimento para o Brasil crescer? Segundo os entrevistados, em primeiro lugar estão a corrupção generalizada e a impunidade (41,3%), seguidas dos impostos e juros altos (8,5%), o aumento da inflação (8,1%), a falta de obras de infraestrutura (8,0%) e a falta de mão de obra qualificada (6,6%).
O notável aqui é que os impostos e juros altos aparecem pela primeira vez com destaque em uma pesquisa desse tipo entre as principais preocupações dos brasileiros. Ao todo, chega a 66% dos entrevistados que realmente se preocupam com a questão. A diminuição dos impostos é uma das principais bandeiras do Democratas. A carga tributária brasileira já é de 36,5% do PIB.
O PT tem feito uma verdadeira campanha em torno da regulação dos meios de comunicação. Não tem o apoio do País. Segundo a pesquisa, 69,5% defendem a liberdade total de imprensa, outro tema caro ao Democratas.
Outro ponto de destaque da pesquisa é que se houvesse eleições presidenciais hoje, 42,8% dos eleitores estariam dispostos a votar em Dilma Rousseff contra 42,5% que votariam em um candidato de oposição, seja ele quem for. Uma boa notícia para a oposição que possui, portanto, uma grande janela para trabalhar um candidato viável para o pleito de 2014. 
A pesquisa foi realizada com uma amostra de 2000 pessoas, em todas as regiões do País, entre os dias 19 a 21 de agosto deste ano. Mostrou que há uma base de discursos que pode ser convergente entre os Democratas, a partir de uma agenda que inclui combate à corrupção, luta contra impostos, mais segurança e estabilidade econômica.

Direita News - Para Empresas, Crise da Dívida Inibe Investimentos



A Câmara de Comércio Internacional (CCI), representante de milhares de empresas de todas as regiões, deflagrou ontem o sinal de alarme e conclamou o G-20 a fazer um plano conjunto, urgente e "crível" para resolver a crise da dívida da zona do euro e estabilizar a economia internacional.
Representantes de empresas como Nestlé, Shell, Nokia, McGraw-Hill, Skandinaviska Enskilda Banken (SEB), Infosys (Índia), GDF Suez, Zurich Insurance Group, Telefónica, reunidos em Paris no "G-20 Advisory Group", reclamaram da falta de liderança governamental e insistiram que as empresas não têm condições de investir e criar empregos devido às incertezas e à volatilidade.
Em entrevista ao Valor, Jean-Guy Carrier, secretário-geral dessa espécie de organização mundial das empresas, disse que a impressão entre os empresários internacionais é de que "ninguém controla a situação, isso excita os mercados e torna os investidores muito mais prudentes e as empresas não podem criar empregos".
Ele acrescentou que "os governos na Europa e nos EUA não têm dinheiro, mas as empresas têm e poderiam investir. Só que as condições não estão dadas. Se você está preocupado com que o mundo possa entrar em colapso amanhã, você não vai investir seu dinheiro. Se não há uma solução com responsabilidade para estabilizar a situação global, permanece essa enorme incerteza".
A CCI tem mantido contato com os governos desenvolvidos e emergentes do G-20 para que anunciem um Plano de Ação em Cannes, no começo de novembro, que sinalize medidas coletivas pra energizar a economia mundial e resolver a crise que é cada vez mais financeira.
"O que esperamos é que cada país faça sua parte e haja medidas complementares", disse Carrier. Com os países desenvolvidos em crise de endividamento, as empresas estão conscientes de que vão acabar pagando mais impostos. Mas o executivo afirma que isso praticamente já está contabilizado nas estratégias das companhias.
"O que está afetando as empresas cada vez mais é essa volatilidade", afirmou Kasemsit Pathomsak, presidente da Merchant Partners Securities, da Tailândia. "Um dia é muito capital que entra no país, no dia seguinte muito que sai e o valor da empresa acaba caindo 30% sem mais nem menos."
Doug McKay, vice-presidente da Royal Dutch Shell, pediu para os governos conterem o excesso de medidas regulatórias, ainda mais no cenário atual, para que as empresas possam ter um cenário mais claro sobre os próximos dez anos para poder investir.
Além da falta de liderança e total bloqueio atual dos governos desenvolvidos para resolver a crise da dívida, os empresários sinalizam preocupação cada vez maior com medidas protecionistas nos últimos meses.
Carrier diz que, com a crise da dívida soberana, o financiamento ao comércio internacional praticamente "secou" em regiões como a África. Em outras áreas, esse financiamento ficou mais caro.
A entidade vem tentando também junto a governos que deem um novo sopro na Rodada Doha, que está congelada. Uma das ideias é que os países passem a negociar acordos plurilaterais, nos quais participa em entendimentos específicos quem quiser.
No entanto, dentro do G-20 os negociadores não estão querendo sequer mencionar o termo "Doha". E mesmo "protecionismo" é tema de controvérsias.

Fonte: Valor Econômico
Publicado em 04/10/2011

domingo, 25 de setembro de 2011

Discurso de Direita – A UNE Hoje é Só Fabricante de Carteirinhas

A história recente do Brasil em muito se mistura à da União Nacional dos Estudantes, a UNE. Fundada no dia 11 de agosto de 1937, a entidade atuou fortemente em favor de causas fundamentais para o país, como a democracia, o respeito aos direitos individuais e à escola pública e gratuita, a redução do valor das mensalidades e a reforma universitária. Foi a UNE que, em 1992, foi às ruas com sua legião de caras-pintadas, abrindo caminho para o movimento que culminou com a cassação do então presidente Fernando Collor de Mello. 
A trajetória aguerrida da entidade, porém, se esvaziou com a chegada do PT ao poder. A UNE de hoje não é, nem em sombra, aquela que lutou bravamente pela redemocratização, que gritou no calor das "Diretas-Já!" ou que foi às ruas no "Fora, Collor". Um exemplo recente foi a ausência da entidade nas manifestações contra a corrupção que ocorreram em todo o país no feriado de 7 de Setembro. 
A atuação da UNE do século 21 está mais alinhada à dos partidos da base do governo federal do que às necessidades dos universitários brasileiros. Patrocínios de empresas públicas federais, como a Petrobras, estão estampados no site da entidade. O último congresso da UNE, realizado em julho, contou com apoio maciço do governo petista, cujos ministros (ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) foram as estrelas principais. Não nos parece que, a partir de 2003, os problemas da educação tenham terminado. Pelo contrário. As universidades federais estão sucateadas, com obras paradas e prédios que servem apenas para segurar placas de inauguração de espaços que não são, de fato, utilizados para formar bons profissionais. 
O fato de o Brasil contar com programas de bolsas de estudo, apesar de importante, não resolve os problemas da falta de infraestrutura das universidades, do preço das mensalidades e da baixa qualidade do ensino. 
O jovem brasileiro precisa de uma entidade representativa e independente, que participe das grandes discussões nacionais sobre educação, que envolva e integre o estudante. Infelizmente, quando pensamos na UNE hoje, vem à mente apenas uma entidade que fabrica carteirinhas de meia-entrada. 
É natural que um jovem que goste de política se filie a um partido. O que não é natural é que, em um cenário tão amplo quanto o universitário, uma organização como a UNE não expresse a voz da ampla maioria dos estudantes e privilegie uma burocracia que visa à perpetuação do poder. 
Parcela expressiva da base do movimento estudantil, os dirigentes de centros acadêmicos, diretórios centrais de estudantes e atléticas não são filiados a partidos, mas desfrutam de notável legitimidade aos olhos dos colegas. 
Como diz o grito dos militantes, a UNE representa e dá voz à juventude do país. É preciso, portanto, que retome para si a responsabilidade de lutar pelas causas nacionais, no geral, e pela melhoria do ensino, em particular. Que encerre esse ciclo de partidarização e reencontre a sua missão fundamental: fazer política em prol do bem comum e de melhorias significativas para o Brasil. 

Artigo de Paulo Mathias
Fonte: Folha de São Paulo
Publicado em 25/09/2011

Discurso de Direita – Apresentação

Nesta seção serão postados discursos e argumentações em favor das bandeiras defendidas pela Direita.