O Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou nesta sexta-feira sua decisão de analisar os dados de inflação de diversas fontes da Argentina, ainda que não tenha definido como apresentará isso em seu próximo relatório de projeções regionais.
O diretor do FMI para o hemisfério ocidental, Nicolás Eyzaguirre, disse em entrevista coletiva à imprensa que até que o Fundo tenha um índice que seja representativo da tendência nacional, “precisaremos usar toda a informação que pudermos conseguir, o índice de Buenos Aires, das províncias e de órgãos privados”.
“Precisamos saber o que acontece. Se você não vê a realidade, só podemos antecipar problemas”, acrescentou Eyzaguirre, explicando que ainda não definiu como serão utilizados as várias fontes no próximo relatório regional de projeções. “É nossa obrigação exigir que os países tenham a melhor informação possível, para benefício próprio e porque é fundamental para nós”, acrescentou.
Eyzaguirre comentou a questão um dia depois da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, ter expressado sua disposição de sustentar um “diálogo construtivo” com a presidente argentina, Cristina Kirchner, sobre a confiabilidade dos indicadores oficiais argentinos para o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação.
Em seu relatório sobre projeções globais divulgando nesta semana, o FMI esclareceu em uma nota no rodapé que já não se limita mais a processar os dados estatísticos fornecidos pelo governo argentino, por considerar que o indicador de crescimento econômico é superestimado e o de inflação subestimado.
O relatório do FMI projeta um crescimento econômico argentino de 8,0% este ano e de 4,6% em 2012 – percentuais acima do estimados para a região –, depois de o país sul-americano ter registrado uma expansão e 9,2% em 2010.
O documento também mostra que a Argentina tem a segunda taxa mais alta de inflação do continente: 11,5% em 2011 e 11,8% em 2012. Essas taxas são superadas apenas pela projeção de alta de 25,8% dos preços na Venezuela.
Desde que o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec) sofreu uma intervenção em 2007, pelo governo do então presidente Nestor Kirchner, existem discrepâncias entre as estimativas privadas e oficiais sobre o valor do custo de vida. Na época, o governo argentino argumentou que o método de medição usado até então pelo Indec estava defasado, porém os críticos denunciaram que a intervenção tinha um propósito político, com vistas as eleições que consagraram a atual presidente Cristina Kirchner.
Quatro anos depois e em meio a fortes críticas dos opositores, a administração de Cristina solicitou a colaboração o FMI para elaborar um novo índice de inflação de abrangência nacional. Em uma recente visita, o Fundo entregou suas recomendações.
A inflação é uma das principais preocupações dos argentinos, que no dia 23 de outubro elegem seu novo presidente. A presidente Cristina lidera as pesquisas de opinião e é franca favorita a obter a reeleição.
Fonte: Valor Econômico
Publicado em 24/09/2011
O diretor do FMI para o hemisfério ocidental, Nicolás Eyzaguirre, disse em entrevista coletiva à imprensa que até que o Fundo tenha um índice que seja representativo da tendência nacional, “precisaremos usar toda a informação que pudermos conseguir, o índice de Buenos Aires, das províncias e de órgãos privados”.
“Precisamos saber o que acontece. Se você não vê a realidade, só podemos antecipar problemas”, acrescentou Eyzaguirre, explicando que ainda não definiu como serão utilizados as várias fontes no próximo relatório regional de projeções. “É nossa obrigação exigir que os países tenham a melhor informação possível, para benefício próprio e porque é fundamental para nós”, acrescentou.
Eyzaguirre comentou a questão um dia depois da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, ter expressado sua disposição de sustentar um “diálogo construtivo” com a presidente argentina, Cristina Kirchner, sobre a confiabilidade dos indicadores oficiais argentinos para o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação.
Em seu relatório sobre projeções globais divulgando nesta semana, o FMI esclareceu em uma nota no rodapé que já não se limita mais a processar os dados estatísticos fornecidos pelo governo argentino, por considerar que o indicador de crescimento econômico é superestimado e o de inflação subestimado.
O relatório do FMI projeta um crescimento econômico argentino de 8,0% este ano e de 4,6% em 2012 – percentuais acima do estimados para a região –, depois de o país sul-americano ter registrado uma expansão e 9,2% em 2010.
O documento também mostra que a Argentina tem a segunda taxa mais alta de inflação do continente: 11,5% em 2011 e 11,8% em 2012. Essas taxas são superadas apenas pela projeção de alta de 25,8% dos preços na Venezuela.
Desde que o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec) sofreu uma intervenção em 2007, pelo governo do então presidente Nestor Kirchner, existem discrepâncias entre as estimativas privadas e oficiais sobre o valor do custo de vida. Na época, o governo argentino argumentou que o método de medição usado até então pelo Indec estava defasado, porém os críticos denunciaram que a intervenção tinha um propósito político, com vistas as eleições que consagraram a atual presidente Cristina Kirchner.
Quatro anos depois e em meio a fortes críticas dos opositores, a administração de Cristina solicitou a colaboração o FMI para elaborar um novo índice de inflação de abrangência nacional. Em uma recente visita, o Fundo entregou suas recomendações.
A inflação é uma das principais preocupações dos argentinos, que no dia 23 de outubro elegem seu novo presidente. A presidente Cristina lidera as pesquisas de opinião e é franca favorita a obter a reeleição.
Fonte: Valor Econômico
Publicado em 24/09/2011
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